Copa Loreta Valadares vai fortalecer futebol feminino

A construção da Copa Loreta Valadares, uma competição baiana de futebol feminino, atingiu um estágio importante na manhã desta terça-feira, dia 7. A convite de dirigentes da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte e da sua autarquia Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), as gestoras de futebol feminino e ex-jogadoras Rosana Vigas, Dilma Mendes e Laura Rodrigues participaram da reunião que começou a detalhar a competição, prevista para acontecer no segundo semestre deste ano.

Por se tratar de um projeto piloto, essa primeira edição terá a participação de apenas 20 equipes de Salvador e municípios da região metropolitana. No entanto, segundo o diretor da Sudesb, Vicente Neto, a intenção da Sudesb é tornar o apoio e o fomento ao futebol feminino um programa regular.

“Observamos que existe uma lacuna importante no apoio ao futebol feminino de um modo geral. Um déficit reconhecido pela própria Federação Bahiana de Futebol (FBF). Assim, nossa gestão decidiu implementar uma política de apoio de forma mais sistemática, trazendo para perto a experiência dessas gestoras de futebol aqui presentes”, disse Vicente, informando, ainda, que os recursos para realização da Copa Loreta Valadares é fruto de emenda parlamentar da deputada federal baiana Alice Portugal.

Momento histórico – Para Dilma Mendes, este momento é histórico para o futebol feminino. Segundo informou, existem hoje 166 equipes femininas da modalidade atuando em vários municípios do estado. “Considero este projeto piloto da Copa Loreta Valadares uma importante sementinha para que no futuro tenhamos um programa de estado no apoio ao futebol feminino”, observou a gestora.

Opinião semelhante tem Rosana Vigas, primeira mulher a arbitrar um jogo profissional na Bahia. Ex-jogadora de grandes clubes e hoje técnica de uma equipe feminina em Lauro de Freitas, Rosana acredita que “com o apoio da Setre e da Sudesb, o futebol feminino baiano irá galgar novo status, ocupando um espaço reivindicado há muito anos por todas aquelas que atuam nesta área”, disse.

Sobre Loreta Valadares – Feminista e ativista política que lutou contra a ditadura militar instalada em 1964, Loreta Valadares nasceu em Porto Alegre/RS, mas se mudou com a família para Salvador quando tinha 06 anos. Na ditadura, foi presa política e exilada, retornando ao Brasil em 1980, momento em que se tornou professora de Ciência Política da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia, cargo ocupado até sua aposentadoria.

Loreta faleceu em 2004, após uma árdua luta de séria cardiopatia adquirida em decorrência da tortura sofrida à época do regime militar. Mas como legado de sua trajetória de 61 anos de existência, deixou uma importante contribuição ao movimento de mulheres e de luta para a conquista e garantia dos direitos humanos no país.